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29 de agosto de 2010

Lição 10 – O Ministério Profético no Novo Testamento

05 de setembro de 2010



TEXTO ÁUREO

"O qual, noutros séculos, não foi manifestado aos filhos dos homens, como, agora, tem sido revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos e profetas" (Ef 3.5).

- Paulo discorre sobre o ‘mistério de Cristo’ (v. 4), oculto em Deus desde os tempos eternos e que agora se torna conhecido pela revelação dada mediante o Espírito aos apóstolos e profetas. O mistério é o propósito de Deus no sentido de ‘... unir, no tempo certo, debaixo da autoridade de Cristo, tudo o que existe no céu e na terra.’ (1.10-NTLH) e incluir pessoas de todas as nações na promessa da vida eterna e da salvação (v. 6; Rm 16.25,26; 2 Tm 1.1). Dentre os judeus e as nações gentias, Deus criou ‘em Cristo’ um novo povo para Ele mesmo (1.4-6; 2.16; 4.4,16; Mt 16.18; Cl 1.24-28; 1 Pe 2.9,10). As coisas que Deus preparou para os que o amam podem ser compreendidas pelo crente, mediante a revelação e a iluminação do Espírito. À medida que o crente lê e estuda a Bíblia, o Espírito Santo ilumina sua compreensão da verdade. Além disso, o Espírito comunica ao crente fiel uma forte convicção quanto à origem divina das Escrituras (Jo 16.13; Ef 1.17).

VERDADE PRÁTICA

Os apóstolos de Jesus Cristo exerceram na Igreja autoridade semelhante a dos profetas do Antigo Testamento.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

1 Coríntios 2.9-13

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

- Explicar que Jesus Cristo é o Profeta por excelência;

- Compreender como se deu a atividade profética em o Novo Testamento, e

- Conscientizar-se de que os apóstolos foram investidos da mesma autoridade dos profetas do Antigo Testamento, exercendo idênticas funções.

PALAVRA-CHAVE

PREDIÇÃO: -predizer o futuro mediante inspiração divina.

COMENTÁRIO

(I. INTRODUÇÃO)

O autor do livro de Hebreus estabelece o seu tema principal nos dois primeiros versículos deste livro. No passado, o instrumento principal de Deus para sua revelação foram os profetas, mas agora Ele tem falado, ou se revelado pelo seu Filho Jesus Cristo, que é supremo sobre todas as coisas. A Palavra de Deus falada mediante seu Filho é final: ela cumpre e transcende tudo o que foi anteriormente falado da parte de Deus. Absolutamente nada, nem os profetas, nem os anjos, têm maior autoridade do que Cristo. Ele é o único caminho para a salvação eterna e o único mediador entre Deus e o homem. Deus, o Todo-Poderoso, sempre procurou comunicar-se de modo pessoal com os homens. No Antigo Testamento, utilizou os profetas para falar com os israelitas. Porém, no Novo Testamento, observamos o Pai se revelando a toda a humanidade de uma forma sublime e surpreendente, falando através de seu Filho, o maior Profeta de todos os tempos. O NT testamento não é apenas o antítipo do VT, mas apresenta também conteúdo profético. João Batista, que foi ‘profeta’, e ‘mais de que profeta’ (Mt 11.9), surgiu como uma ‘... voz que prepara o caminho do rei’: ‘Irá adiante do Senhor no espírito e poder de Elias, para converter os corações dos pais aos filhos, converter os desobedientes à prudência dos justos e habilitar para o Senhor um povo preparado’ (Lc 1.17). E chegou esse tempo do ‘Profeta Servo’, em quem se cumpriu perfeitamente as palavras de Moisés (Dt 18.18; At 3.22). A atividade profética não cessou em Jesus Cristo, continua duma maneira nova, depois que o Espírito Santo foi derramado no dia de Pentecoste. Então, as palavras de Joel receberam parte do seu cumprimento: ‘vossos filhos e as vossas filhas profetizarão’ (Jl 2.28; At 2.17); assim, os crentes ouvem os profetas, enviados em nome do Senhor: Ágabo e outros, vindos de Jerusalém (At 11.27,28; 21.10); profetas em Antioquia (At 13.1); Judas e Silas (At 15.32); as quatro filhas de Filipe, o evangelista (At 21.9). Paulo também se refere a profetas cristãos em 1 Co 12.28 e seguintes: 14.29,32,37; Ef 3.5 e 4.11. O autor do Apocalipse também se refere freqüentes vezes aos profetas cristãos, que são considerados como seus irmãos (Ap 22.9).

(II. DESENVOLVIMENTO)

I. JESUS CRISTO, O PROFETA QUE HAVIA DE VIR

1. A principal característica do autêntico profeta. Os profetas do Antigo Testamento serviram como canais de comunicação entre Deus e o seu povo, conscientizando-o acerca da vontade e do conhecimento divinos. os profetas do Antigo Testamento eram homens de Deus separados para esse venerável trabalho. Os sacerdotes, juízes, reis, conselheiros e os salmistas, tinham cada um, lugar distintivo na história de Israel, mas nenhum deles logrou alcançar a estatura dos profetas, nem chegou a exercer tanta influência na história da redenção. A Bíblia como conhecemos não teria chegado a nossas mãos se não fosse esse abnegado ministério; Tal fato fica evidente na divisão tríplice da Bíblia hebraica (Tanakh): Torah (Lei),Neviim (Profetas), e Kethuvim (Escritos) (cf. Lc 24.44). Somente Deus pode ver o futuro e muitas vezes é o desejo dEle revelar fatos futuros ao homem. Para isso, Deus usava homens que recebiam as suas revelações e as transmitiam de forma oral ou escrita.

2. Jesus Cristo, o Profeta. Há várias razões que apontam para Jesus como um profeta:

- Ele foi reconhecido e foi-Lhe atribuído o título naturalmente;

- Os apóstolos viram nele o cumprimento da promessa dada por Deus a Israel para levantar um profeta do seu povo;

- O próprio Jesus reconheceu e usou o título de profeta para se referir a si mesmo;

- Aqueles que o ouviam e seguiam o identificavam como tal;

- Entre o povo judeu em geral, houve uma identificação da obra de Jesus, com o ministério profético, elementos comuns aos profetas que o precederam.

A mensagem de Cristo é semelhante à dos profetas, i. é.:Jesus Cristo é Profeta. Esta função já estava predita no Velho Testamento. Os profetas do Velho Testamento eram os porta-vozes de Deus, os seus mensageiros. Jesus é a revelação suprema do Pai, de sua vontade, de seus propósitos e de seus desejos. Há muitas passagens que se referem a Jesus como um profeta. O próprio Jesus referiu-se a si mesmo assim: ‘E Jesus continuou: —Mas eu preciso seguir o meu caminho hoje, amanhã e depois de amanhã; pois um profeta não deve ser morto fora de Jerusalém.’ (Lc 13.33). Em outra oportunidade, ele afirmou:...Um profeta é respeitado em toda parte, menos na sua terra, entre os seus parentes e na sua própria casa.’(Mc 6.4). Os Evangelhos retratam Jesus como profeta (Mt 21.11; Lc 4.24; cf. At 3.20-23), conforme a chamada profética no AT. Estas características o identificam como profeta:

- Era um homem do Espírito e da Palavra (Mt 21.42; 22.29; Lc 4.1,18; 24.27; Jo 3.34);

- Tinha íntima comunhão com Deus (Lc 5.16);

- Fazia predições proféticas (Mt 24; Lc 19.43,44);

- Realizava atos simbólicos que expressavam zelo pela honra de Deus (Mt 21.12,13; Jo 2.13-17);

- Desmascarava a hipocrisia dos líderes religiosos e os criticava por seguirem mais as tradições do que a Palavra de Deus (Mc 7.7-9,13);

- Compartilhava do sentimento e do sofrimento de Deus por causa da perdição dos que se recusavam a arrepender-se (Lc 13.34; 19.41);

- Destacava o ensino moral da Palavra de Deus (a santidade, a justiça, a retidão, o amor, a misericórdia) em contraste com a observância de rituais (12.38-40; Mt 23.1-36);

- Proclamava o reino iminente de Deus e o juízo divino sobre todo o mal (Mt 11.22,24; 10.15; Lc 10.12,14). (9) Pregava o arrependimento, chamando o povo a voltar-se para Deus e deixar o pecado e o mundo (v. 12; Mt 4.17).

“A predição de Moisés em Dt 18.17,18: ‘Então o SENHOR me disse: Bem falaram naquilo que disseram. Eis que lhes suscitarei um profeta do meio de seus irmãos, como tu...’ , foi uma profecia a respeito de Jesus Cristo. De que maneira foi Jesus semelhante a Moisés? (1) Moisés foi ungido pelo Espírito (Nm 11.17); o Espírito do Senhor estava sobre Jesus na pregação do evangelho (Lc 4.18,19). (2) Deus usou Moisés para introduzir a antiga aliança; Jesus introduziu a nova aliança. (3) Moisés conduziu Israel, tirando-o do Egito para o Sinai, e estabeleceu o pacto de seu relacionamento com Deus; Cristo redimiu seu povo do pecado e da escravidão de Satanás, e estabeleceu um novo e vivo pacto com Deus, por meio do qual seu povo pudesse entrar na sua própria presença. (4) Moisés, nas leis do AT, referiu-se ao sacrifício de cordeiros para prover em figura a redenção; o próprio Cristo tornou-se o Cordeiro de Deus para prover salvação a todos quantos o aceitarem. (5) Moisés conduziu o povo à lei, mostrando-lhe a sua obrigação em cumprir seus estatutos para ter a bênção divina; Cristo chamava o povo a si mesmo e ao Espírito Santo, como a maneira de Deus cumprir a sua vontade, e dos fiéis receberem a bênção divina e a vida eterna.” (Bíblia de Estudo pentecostal, nota At 3.22)

· 3. A perfeição de Cristo. Ele sabia que no mar havia um peixe com uma moeda e que Pedro ao lançar o anzol o pescaria, e com o dinheiro pagaria o imposto, tanto por ele como por seu Mestre (Mt 17.27) [O peixe em questão era uma tilápia – hoje chamada de ‘peixe de São Pedro’. A tilápia carrega seus ovos e mais tarde os novos peixes na boca. Mesmo quando vão a procura de comida, os peixinhos voltam à proteção da boca da mãe. Quando a mãe-peixe quer que fiquem fora, ela pega um objeto, preferivelmente brilhante, e o segura na boca para evitar que retornem. Nesse caso o peixe pegou uma moeda de um siclo. Usos e Costumes dos Tempos Bíblicos, Ralph Gower, Ed. CPAD, p. 131]. Em Jo 2.24,25 está escrito que não havia necessidade de ninguém falar algo sobre o que há no interior do homem, porque Jesus já sabia de tudo. ‘...porque só tu conheces o coração de todos os filhos dos homens.’ 1Rs 8.39 afirma que só Deus conhece o coração dos homens, logo Jesus é onisciente, porque ele é Deus. Ele sabia que a mulher samaritana já havia possuído cinco maridos e o que vivia com ela não era seu marido. ‘Para que os seus corações sejam consolados, e estejam unidos em amor, e enriquecidos da plenitude da inteligência, para conhecimento do mistério de Deus e Pai, e de Cristo, Em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência.’ (Cl 2.2,3). O Senhor Jesus ouvia a oração de Saulo de Tarso enquanto falava com Ananias, em Damasco (At 9.11). Não há nada no universo que Jesus não saiba e tudo porque ele é onisciente e é Deus. Ele mesmo é o Deus verdadeiro e por isso jamais discursou dizendo “assim diz o Senhor’ ou ‘veio a mim a palavra do Senhor’, o que se encontra no evangelho é o seguinte: ‘em verdade, em verdade vos digo’ e fraseologia similar, ou ainda: ‘passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não hão de passar’ (Lc 21.32). (SOARES, Ezequias. O Ministério Profético na Bíblia. Rio de Janeiro, CPAD, 2010, p. 204). "Jesus via sua própria mensagem como uma continuação dos escritos proféticos e avaliou a geração de seu tempo à luz daquelas profecias. Muitas vezes, citava Jeremias e Zacarias, aplicando suas profecias tanto ao juízo que estava por vir sobre Jerusalém em 70 d.C., como também ao Juízo Final. Na 'purificação do Templo', por exemplo, Jesus citou Jeremias 7 (que alude à ameaça de violação do Templo, logo após o sermão de Jeremias sobre o Templo), como textos de Isaías e Zacarias (que dizem respeito à situação futura do Templo). O discurso de Jesus sobre o monte das Oliveiras também coloca o Templo em um contexto escatológico. Quando ouvem a profecia de Jesus sobre a destruição do Templo, os discípulos aparentemente a vinculam à vinda do Messias no fim dos tempos e perguntam sobre um sinal. O 'sinal' dado por Jesus foi a abominação da desolação de Daniel (Mt 24.15). Isto, portanto, seria uma indicação de que a nação de Israel se aproximava de sua libertação e restauração pelas mãos do Messias, pois a profanação do Templo dará início à perseguição do povo judeu (ou seja, a 'grande tribulação'; Mt 24.16-22). Somente o próprio Messias seria capaz de salvá-los de seus inimigos" (LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008, pp.16-7).

SINÓPSE DO TÓPICO (1)

Jesus Cristo, o Filho de Deus, é o Profeta por excelência.

II. A ATIVIDADE PROFÉTICA EM O NOVO TESTAMENTO

1. A revelação pelo Espírito (v.10a). Para se conhecer as coisas de Deus são necessários dois elementos: Uma revelação de Deus pelo Espírito Santo e uma resposta espiritual adequada pelo homem. A fonte de inspiração profética na Nova Aliança é a mesma do Antigo Pacto: O Espírito Santo. No dizer de Paulo, ‘Deus no-las revelou pelo seu Espírito’ (v.10). “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores.” (Ef 4.11). Este versículo alista os dons de ministério (i.e., líderes espirituais dotados de dons) que Cristo deu à igreja. Paulo declara que Ele deu esses dons para preparar o povo de Deus ao trabalho cristão (4.12) e para o crescimento e desenvolvimento espirituais do corpo de Cristo, segundo o plano de Deus (4.13-16). Pedro afirma a divina origem e autoridade das profecias da Escritura: ‘Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo. Tal qual o valente Pedro, todos os crentes devem, de modo semelhante, manter um conceito firme e final da inspiração e autoridade das Sagradas Escrituras.

2. O Espírito Santo conhece as profundezas de Deus (vv.10b,11). Nossa fé se baseia não somente na Palavra de Deus do NT, mas também na Palavra de Deus do AT. O Espírito Santo, através dos profetas, predisse os sofrimentos de Cristo e a glória que viria depois disso (Gn 49.10; Sl 22; Is 52.13-53.12; Dn 2.44; Zc 9.9,10; 13.7; cf. Lc 24.26,27). O Espírito Santo é chamado "o Espírito de Cristo" (1Pe 1.11) porque Ele falava a respeito de Cristo, através dos profetas, e também Ele foi enviado da parte de Cristo (vv. 11,12; Jo 16.7; 20.22; At 2.33). O mesmo Espírito que inspirou os profetas do AT (v. 11), inspirou a verdade do evangelho; assim, a mensagem do evangelho tem sua origem em Deus, e não nos seres humanos. No dia de Pentecoste, o mesmo Espírito que inspirou a verdade do evangelho, começou a dar poder a todos os crentes para proclamarem essa mensagem (At 1.8; 2.4). Como os próprios pensamentos internos de uma pessoa são conhecidos somente por ela, assim também a mente de Deus é conhecida apenas pelo Espírito de Deus. Deus escolheu tornar-se conhecido através de Jesus Cristo e o Espírito Santo trouxe esse conhecimento de Cristo à Igreja.

3. A superioridade da revelação apostólica (v.12). Paulo chama o ‘novo testamento’ ou o novo concerto ‘o ministério do Espírito’ (2Co 3.8), referindo-se à ministração do Espírito Santo. Mediante a fé em Cristo, recebemos o Espírito Santo, nascemos de novo, e recebemos a promessa do batismo no Espírito (At 1.8; 2.4). Todos os benefícios redentores em Cristo, vêm através do Espírito Santo. É Ele quem nos transmite a presença de Cristo e todas as suas bênçãos (v. 9). Na antiga aliança, o instrumento principal de Deus para sua revelação foram os profetas, mas agora Ele tem falado, ou se revelado pelo seu Filho Jesus Cristo, que é supremo sobre todas as coisas. A Palavra de Deus falada mediante seu Filho é final: ela cumpre e transcende tudo o que foi anteriormente falado da parte de Deus. Absolutamente nada, nem os profetas (v. 1), nem os anjos (v. 4), têm maior autoridade do que Cristo. Ele é o único caminho para a salvação eterna e o único mediador entre Deus e o homem.

SINÓPSE DO TÓPICO (2)

A atividade profética em o Novo Testamento era exercida pelos apóstolos mediante a revelação do Espírito Santo.

III. O EXERCÍCIO PROFÉTICO DOS APÓSTOLOS

1. A plenitude dos tempos. Em contraste com o cativeiro da lei, a plenitude dos tempos traz liberdade de filhos em Cristo. No dizer de Paulo, a ‘plenitude dos tempos’ era o tempo estabelecido por Deus para a vinda do Messias, quando as condições do mundo favoreciam sua aparição. Paulo ressalta a divindade de Jesus (seu filho), sua humanidade (nascido de mulher), e sua sujeição à lei. Com a plenitude dos tempos, Deus envia o Messias para nos resgatar da escravidão e transformar os escravos em filhos. Jesus, o Filho de Deus, veio ao mundo na ‘hora certa’, quando tudo já estava preparado; havia um só império, uma só língua (grego koiné) difundida, estradas pavimentadas, boas condições de navegação, uniformização cultural, política propiciada pelo sistema administrativo do império romano, contribuições religiosas e contribuições culturais. O cristianismo, não é um evento isolado do mundo. Ele nasceu: num tempo determinado, num contexto histórico determinado, e em condições históricas determinadas que servem como pano de fundo para o estabelecimento da sua igreja. ‘Depois de João ter sido preso, foi Jesus para a Galiléia, pregando o evangelho de Deus, dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho.’ (Marcos 1:14 e 15). Plenitude dos tempos é: ‘tempo certo’; ‘momento ideal’, ‘ocasião propícia’ designada por Deus; ‘época ou contexto histórico cuja realidade (acontecimentos) foi tremendamente favorável ao objetivo da vinda de Cristo ao mundo’.

2. Profecias de Paulo. O apóstolo dos gentios, como embaixador em nome de Cristo (2 Co 5.20), desempenhava um trabalho de reconciliação, de estabelecimento ou restauração da comunhão amorosa depois da desavença, e dessa forma anunciou coisas futuras. Advertiu profeticamente, por exemplo, quanto ao aparecimento de falsos profetas na igreja, o que em parte, cumpriu-se em Éfeso, já que aquela igreja foi infestada por falsos mestres, alguns dos quais aparentemente eram líderes da igreja (1Tm 1.3, 7, 19-20). Paulo profetizou que nos últimos dias as pessoas não suportariam a sã doutrina, mas tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntariam para si mestres, segundo seus próprios desejos (2 Tm 4.3). A revelação deixada à Igreja não promete um paraíso terrestre a seus membros neste tempo (antes da volta de Jesus). Temos promessas de proteção, suprimento, cura, vitória, mas, ao mesmo tempo, exortações a respeito de aflições, perseguições, rejeição e martírio. A vitória total do cristão deve ser entendida sob um aspecto profético: há etapas proféticas que precisam concretizar-se em seu devido tempo. Paulo afirma proclamar verdadeiramente as palavras de Deus: ‘o Espírito que penetra todas as coisas, ainda as profundezas... ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus’ (1Co 2.10-12). Assim, seus oráculos são manifestos ‘não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina’ (1 Co 2.13). A verdade que o Espírito Santo lhe revelou é tão autêntica e inspirada como a dos santos profetas do Antigo Testamento. "Em suas epístolas, o apóstolo Paulo escreveu extensivamente sobre muitos assuntos proféticos, de uma forma literal e histórica. Seus comentários extremamente práticos tratavam das preocupações de seus leitores da época. Dentre os tópicos tratados, havia a apostasia religiosa. Apesar de alguns estudiosos discordarem, Paulo claramente profetizou sobre uma apostasia religiosa perto do fim da era da Igreja (2 Ts 2.3)" (LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de profecia Bíblica. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008, p.203).

3. Profecias de Pedro e as predições através de João. O apóstolo Pedro iguala as palavras dos apóstolos com igual autoridade dos santos profetas do AT: ‘para que vos lembreis das palavras que primeiramente foram ditas pelos santos profetas e do mandamento do Senhor e Salvador, mediante os vossos apóstolos’ (2 Pe 3.2). Mais adiante chama as epístolas paulinas de Escrituras: ‘como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada, falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição’ (2Pe 3.15, 16). Ao dizer “igualmente as outras Escrituras’ está reconhecendo a sua autoridade divina. (SOARES, Ezequias. O Ministério Profético na Bíblia. Rio de Janeiro, CPAD, 2010, p.208). Pedro profetizou que nos últimos dias, i.e., no período entre a primeira e a segunda vinda de Cristo, falsos mestres negarão que Cristo voltará para destruir os ímpios e o mundo (cf. Ap 19.11-21); vinda de Jesus, o fim do mundo e a eternidade dos salvos, seu oráculo afirma que Deus resolveu destruir os céus e a terra por fogo, porque o pecado os contaminou (vv. 7,10,12). Esse dia virá com tanta certeza, como veio o dilúvio no tempo de Noé. A intervenção de Deus para purificar a terra por fogo significa que Ele não permitirá que o pecado fique impune para sempre. (2 Pe 3.7-18). João, o ‘discípulo amado’, irmão de Tiago, escreveu o Evangelho que leva o seu nome; foi escrito entre os anos 95 e 100 d. C., tendo sido cronologicamente o último a ser escrito. contém dezenas de profecias, quase todas pronunciadas pelo Senhor Jesus. A maior parte dos seus relatos é inédita em relação aos outros três evangelhos, o que sugere que o autor tivesse conhecimento do conteúdo deles ao escrever seu livro. Mais da metade deste evangelho é dedicado a eventos da vida de Jesus Cristo e suas palavras durante seus últimos dias. O propósito de João foi inspirar nos leitores a fé em Jesus Cristo como o Filho de Deus e o versículo que resume este propósito é Jo 20:31:Jesus... operou também... muitos outros sinais... Estes, porém, foram escritos para que creais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que crendo, tenhais vida em seu nome. O livro do Apocalipse (chamado também Apocalipse de São João, é o último da seleção do Cânon bíblico, também escrito por João, é essencialmente profético. A palavra apocalipse, do grego αποκάλυψις, significa, em grego, ‘Revelação’. Um ‘apocalipse’, na terminologia do judaísmo e do cristianismo, é a revelação divina de coisas que até então permaneciam secretas a um profeta escolhido por Deus. Por extensão, passou-se a designar de apocalipse aos relatos escritos dessas revelações.

SINÓPSE DO TÓPICO (3)

Os escritos neotestamentários evidenciam o exercício do ministério profético pelos apóstolos.

(III. CONCLUSÃO)

A profecia bíblica continua sendo fator poderoso para ajudar a confirmar nossa fé. Somente Deus conhece o futuro. Ele nos provou isso, novamente, por meio das profecias da Bíblia. Muitas dessas profecias foram escritas com muita antecedência sobre os eventos preditos. E, seguramente, vez após outra, os eventos se deram da forma predita pelo Senhor. Sabemos isso porque hoje, olhando para trás na História, vemos o oráculo na Bíblia, e então, podemos ver que este se cumpriu. ‘Certamente, o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o Seu segredo aos Seus servos, os profetas’ (Am 3.7).Hoje, examinamos o Ministério Profético no Novo Testamento. O que podemos aprender? Que princípio está por trás da profecia? Como a profecia nos ajuda a aprender a confiar na Bíblia como Palavra de Deus? O cumprimento das profecias da Bíblia Sagrada é uma das evidências de sua origem divina; por isso, todos devemos esperar nas fiéis promessas de Deus feitas por meios de seus profetas e apóstolos.

BIBLIOGRAFIA PESQUISADA

- Lições Bíblicas 3º Trim. Livro do Mestre, versão eletrônica, CPAD (http://www.cpad.com.br);

- Stamps, Donald. Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD;

- SOARES, Ezequias. O Ministério Profético na Bíblia. Rio de Janeiro, CPAD, 2010, p.143-162;

- Gower, Ralph, Usos e Costumes dos Tempos Bíblicos, CPAD, 2002, p.131;

- HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro. 12.ed. CPAD, 2009;

- HORTON, S. M. Teologia Sistemática. CPAD, 2009, pp.323-324;

- Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro, CPAD, 2006, p.1610;

- LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de profecia Bíblica. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008, p. 16-7; 203

APLICAÇÃO PESSOAL

Embora Paulo escrevendo a respeito da origem divina da sua própria pregação, suas palavras no texto de 1Co 2.9-13 sugerem os passos pelos quais o Espírito Santo inspirou as Sagradas Escrituras. Deus desejava comunicar à humanidade a sua sabedoria, essa sabedoria dizia respeito à nossa salvação e centrava-se em Cristo como a sabedoria de Deus. Através da ação do Espírito Santo, o qual conhece plenamente os pensamentos de Deus, esta verdade e sabedoria de Deus foram reveladas à humanidade. Este favor de Deus está disponível à Igreja através dos crentes, mediante a presença do Espírito Santo que neles habita. O que o Novo Testamento ensina sobre o dom de profecia? As palavras transmitidas por um profeta da igreja atual negam a autoridade ou a suficiência das Escrituras? É bíblico buscar esse dom para usá-lo ainda hoje na igreja? Como funciona e quando deve ser usado o Dom de profecia? Que medidas são necessárias para evitar abusos e manipulações indevidas desse dom? De um lado, os cristãos cessacionistas crêem que esse dom teve fim com a conclusão do Novo Testamento. Para eles, qualquer tentativa de usar esse dom seria encarada como uma forma de adicionar algo às Escrituras. Do outro lado, estão os cristãos pentecostais e os ‘renovados’ (ou carismáticos) que acreditam na atualidade de todos os dons espirituais. Para esse grupo, o dom de profecia é visto como uma palavra do Senhor que fornece orientação quanto a detalhes específicos da vida de alguém, promovendo edificação pessoal e trazendo aos cultos a consciência da presença intensa de Deus na vida da igreja. “Os profetas continuaram a desempenhar um papel importante na Igreja no NT. Havia homens conhecidos como 'profetas' especialmente escolhidos para o constante e regular ministério da profecia (Ef 4.11). Depois dos próprios apóstolos, eles eram os ministros que ocupavam a mais elevada posição na Igreja primitiva (1 Co 12.28). Tais profetas permaneceram em evidência ao longo do livro de Atos. Seu ministério era geralmente duplo: o de pronunciar (proclamar), e o de prever (prenunciar). O trabalho de dois outros profetas era exortar (ou 'consolar') e fortalecer os irmãos (At 15.32), e era semelhante às funções da profecia relacionadas em 1 Coríntios 14.3, isto é, edificação, exortação e consolo. Em uma reunião da Igreja, um profeta poderia receber uma revelação que seria compartilhada com os crentes reunidos (1 Co 14.30). Em primeiro lugar, a mensagem de um profeta deve ser julgada pelos outros profetas presentes (1 Co 14.29), e depois pelos demais crentes. Este julgamento é feito comparando a mensagem do profeta com os ensinos dos apóstolos, que são depositários absolutos da Palavra de Deus’”

(Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro, CPAD, 2006, p.1610).

N’Ele, que me leva a refletir: ‘Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê.’ (Rm 10.4),

Francisco A Barbosa

auxilioaomestre@bol.com.br

EXERCÍCIOS

1. Por que o Senhor Jesus é o profeta por excelência?

R. Porque Ele era onisciente e onipresente, Jesus tudo sabia.

2. Por que o nascimento de Cristo deu-se na plenitude dos tempos?

R. Porque este período marca o cumprimento máximo das profecias do Antigo Testamento.

3. Quais epístolas de Paulo e de João não contêm profecias?

R. Filemom e a terceira epístola de João.

4. Por que o Apocalipse é importante?

R. É a conclusão profética de todas as Escrituras.

5. O que evidencia o cumprimento das profecias bíblicas?

R. Evidenciam sua origem divina.

Boa aula!

Autorizo a todos que quiserem fazer uso dos subsídios colocados neste Blog. Solicito, tão somente, que indiquem a fonte e não modifiquem o seu conteúdo. Agradeceria, igualmente, a gentileza de um e-mail indicando qual o texto que está utilizando e com que finalidade (estudo pessoal, na igreja, postagem em outro site, impressão, etc.).

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22 de agosto de 2010

Lição 9 – Jesus: O Cumprimento Profético do Antigo Testamento


29 de agosto de 2010

TEXTO ÁUREO

"E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos" (Lc 24.44).

- A perícope apresenta o ápice da fé cristã [a ressurreição corpórea de Cristo. Paulo declara que se Cristo não ressuscitou, não há perdão, nem livramento do pecado. Negar a ressurreição de Cristo é negar totalmente a fé cristã.] e é esclarecedora quanto ao corpo ressurreto de Jesus: a sua aparência é tangível, tem carne e ossos e pode alimentar-se (Lc 24.39). Seu corpo ressurreto não é como um espírito, como que de fumaça. Jesus tem um corpo glorificado, espiritual (Fp 3.20,21), e de igual modo os santos no céu (1 Co 15.40,44). O Texto de Ouro mostra como os discípulos eram incapazes de compreender as profecias e relacioná-las com todos os acontecimentos envolvendo a Jesus. Nessa aparição, Jesus abre-lhes o entendimento e mostra-lhes à luz de seu cumprimento, tudo o que dele estava profetizado. “...tudo o que de mim estava escrito na Lei(Torah) de Moisés, e nos Profetas(N’vi’im), e nos Salmos(Ke’tuvim), em outras palavras, toda a Tanack (Escrituras Judaicas).

VERDADE PRÁTICA

O Senhor Jesus é o centro das Escrituras Sagradas e está presente em seu conteúdo, história e instituições, de maneira direta e indireta.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Atos 3.18-26

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

- Identificar as figuras proféticas que apontavam para Cristo.

- Explicar as profecias diretas sobre o nascimento de Jesus.

- Reconhecer que as obras de Jesus foram e são proféticas.

PALAVRA-CHAVE

CUMPRIMENTO:-Ato ou efeito de cumprir algo.

COMENTÁRIO

(I. INTRODUÇÃO)

O NT constantemente se apresenta como sendo o cumprimento de profecias e promessas feitas por Deus nas Escrituras Hebraicas. Dos quatro evangelistas, Mateus especificamente se preocupa em apontar esses acontecimentos (Mt 5.15,17; 3.3; 4.14; 8.17; 11.10; 12.17; 13.14,35; 21.4; 22.43; 26.31 e 27.9). Seu objetivo é mostrar que Jesus deve ser reconhecido como o Messias porque cumpriu aquilo que Deus disse por intermédio dos profetas. No texto da Leitura Bíblica em Classe, o apóstolo Pedro prega o cumprimento das profecias e defende com propriedade a tese de que Jesus é o cumprimento de tudo o que já fora predito pelos profetas. Pedro traz à lembrança dos líderes judeus a promessa sobre Gn 12.1-3 e aplica-a a todo homem, incluindo os gentios. Ele mostra que Jesus é o profeta que Deus levantaria conforme a profecia de Moisés. O conteúdo profético que discorre sobre o aparecimento de Jesus não se restringe só ao que foi dito ou escrito pelos profetas, mas está expresso em todo o conteúdo veterotestamentário, como poderemos constatar na lição de hoje.

(II. DESENVOLVIMENTO)

I. FIGURAS PROFÉTICAS

1. As prefigurações. [Representar antecipadamente (o que está por vir)]. No texto de Êx 12.3-20 temos a descrição da festa da Páscoa e da festa que a segue, dos Pães Asmos. Curiosamente, pelo fato de a Páscoa assinalar um novo começo para Israel, o mês em que ela ocorreu (março/abril em nosso calendário) tornou-se o primeiro dos meses de um ano novo para a nação. Seu propósito foi relembrar ao povo que sua própria existência como povo de Deus resultou do seu livramento do Egito, mediante os poderosos atos redentores de Deus. O cordeiro da Páscoa e seu sangue prefiguram Jesus Cristo e seu sangue derramado, como o ‘Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo’ (Jo 1.29,36; Is 53.7; At 8.32-35; 1 Co 5.7; Ap 13.8). A festa da Páscoa devia ser observada anualmente. A participação regular da Ceia do Senhor para o cristão do NT é a continuação da mensagem profética da Páscoa (1Co 11.24,25). A refeição da Páscoa assinalava o início da Festa dos Pães Asmos, que prefigurava a importância da fé no Cordeiro sacrificial e a obediência a Ele. O cordeiro sacrificado diariamente apontava para Cristo que padeceu durante a comemoração dessa grande festa judaica (Lc 22.15), pois "Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós" (1 Co 5.7) [‘Ele foi oprimido, mas não abriu a boca; como um cordeiro, foi levado ao matadouro e, como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca.’ Is 53.7]. Jesus é o Cordeiro provido por Deus para ser sacrificado em lugar dos pecadores (cf. Êx 12.3-17; Is 53.7). Pela sua morte, recebemos plena provisão para a remoção da culpa e do poder do pecado e abriu o caminho para Deus a todos neste mundo. Assim como a Páscoa, os sofrimentos de Davi, descritos no Salmo 22, prefiguram os vitupérios e flagelos de Jesus. Conhecido como o salmo da cruz [por retratar com exatidão o cruel sofrimento de Cristo na cruz], prefigura o sofrimento de Jesus Cristo durante sua crucificação, e prenuncia sua imediata vindicação três dias depois. Até os gestos usados pelos inimigos de Jesus foram preditos no AT (‘E os que passavam blasfemavam dele, meneando a cabeça’ Mt 27.39).

2. A linguagem profética. Ao retornar do Egito, a sagrada família foi habitar em Nazaré: "E chegou e habitou numa cidade chamada Nazaré, para que se cumprisse o que fora dito pelos profetas: Ele será chamado Nazareno" (Mt 2.23). Mateus reúne e resume elementos do simbolismo profético, um de Jeremias (Jr 32.6-9) e outro de Zacarias (Zc 11.12,13): Zacarias, ainda representando o Messias, pediu aos líderes que lhe pagassem a soma que, segundo a opinião corrente, mereciam seus serviços proféticos. Mas eles o ofenderam ao lhe oferecerem o preço de um escravo (Êx 21.32). Trinta moedas de prata foi também o preço pago a Judas para trair a Jesus (Mt 27.3-10). A seguir, Mateus menciona o profeta mais antigo e mais destacado como sendo o autor da profecia, costume esse comum na alusão de passagens dos profetas. No discurso de Pedro registrado em At 3,18, sem especificar as passagens da Tanack, ele discorre sobre os últimos acontecimentos supondo que sua audiência já está ciente das passagens relevantes e que concordam que elas se aplicam ao Messias. Há uma notável harmonia nos relatos proféticos, isso prova a inspiração divina. A profecia do Antigo Testamento fala por intermédio de prefigurações, tanto por imagens quanto por linguagem profética. SINÓPSE DO TÓPICO (1)

II. INSTITUIÇÕES PROFÉTICAS

1. Israel. Em Os 11.1 (eu o amei; e do Egito chamei a meu filho.), Deus refere-se à ocasião em que os israelitas foram tirados do Egito para que viessem a tornar-se uma nação independente. Ele chama Israel de ‘filho’ (Êx 4.22), mas este não demorou a tornar-se inconstante e desobediente (v. 2). Mateus 2.14,15 aplica este versículo a Jesus, que foi levado ao Egito por José e Maria, e chamado de volta à Palestina depois da morte de Herodes. ‘Então dirás a Faraó: Assim diz o SENHOR: Israel é meu filho, meu primogênito.’ (Ex 4.22). Primogênito aqui, indica um tipo especial de amor de Deus, e, de comunhão com Ele. Deus reivindicou Israel como seu filho seu primogênito. Posteriormente, num sentido mais restrito de filiação, Deus reivindicou a dinastia davídica como seu filho (2 Sm 7.14; Sl 2.7), e mais adiante, também em sentido ainda mais restrito, Ele proclamou Jesus como seu Filho, seu Primogênito (Lc 1.35; 3.22; Hb 1.5-13).

2. O tabernáculo. No cap. 25 de Êxodo, Deus mesmo instrui a respeito do Tabernáculo. A Bíblia nos dá o significado histórico, espiritual e tipológico do Tabernáculo:

a. O Tabernáculo era um santuário (v. 8), um lugar separado para o Senhor habitar entre o seu povo e encontrar-se com os seus (v. 22; 29.45,46; Nm 5.3; Ez 43.7,9). A glória do Senhor estava sobre o Tabernáculo de dia e de noite. Quando a glória do Senhor seguia adiante, Israel tinha que avançar junto. Deus guiou os israelitas dessa maneira enquanto estiveram no deserto (40.36-38; Nm 9.15,16);

b. Era chamado o ‘Tabernáculo do Testemunho’ (38.21), porque continha os dez mandamentos. Os dez mandamentos lembravam sempre ao povo, da santidade de Deus e das suas leis sobre o viver do seu povo escolhido. Nosso relacionamento com Deus nunca poderá ser separado da nossa obediência à sua lei;

c. O Tabernáculo era o lugar onde Deus concedia o perdão dos pecados mediante um sacrifício vicário (29.10-14). Esses sacrifícios tipificavam o perfeito sacrifício de Cristo na cruz pelos pecados da raça humana (Hb 8.1,2; 9.11-14);

d. O Tabernáculo falava do céu, i.e., do Tabernáculo celestial onde Cristo, nosso sumo sacerdote eterno, vive eternamente para interceder por nós (Hb 9.11,12,24-28);

e. O Tabernáculo falava da redenção final quando, então, haverá um novo céu e uma nova terra, i.e., o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles (Ap 21.3). A arca era uma peça do Tabernáculo em formato de baú, contendo os dez mandamentos (cf. vv. 16,22), um vaso de maná (16.33,34) e a vara florescida de Arão (Nm 17.10; Hb 9.4). Tinha por cobertura uma tampa chamada propiciatório (v. 21). Fixados em cada extremidade do propiciatório e formando uma só peça com ele, havia dois querubins alados, de ouro batido (ver v. 18 nota). A arca foi posta no Lugar Santíssimo do Tabernáculo (26.34) e representava o trono de Deus. Diante dela o sumo sacerdote se colocava, uma vez por ano, no Dia da Expiação, para aspergir sangue sobre o propiciatório, como expiação pelos pecados involuntários do povo, cometidos durante o ano anterior. No interior da Arca havia duas tábuas de pedra, nas quais foram gravados os dez mandamentos ou Decálogo, que Moisés recebeu de Deus, no monte (31.18). Sobre a tampa da Arca, o propiciatório, o sumo sacerdote aspergia o sangue derramado do sacrifício, a fim de fazer expiação pelos pecados. Esse ato simbolizava a misericórdia de Deus, que levava ao perdão (Lv 16.14,15; 17.11; Rm 3.25). Assim, o propiciatório e o sangue sobre ele prefiguravam o perdão divino, acessível aos pecadores através do sacrifício expiador de Cristo (Rm 3.21-25; Hb 7.26; 4.14-16). Sobre o propiciatório, dois querubins de ouro em ambas as extremidades do propiciatório e simbolizavam seres celestiais que assistem junto ao trono de Deus no céu (Hb 8.5; Ap 4.6,8). Simbolizavam a presença de Deus e a sua soberania entre o seu povo na terra (1 Sm 4.4; 2 Sm 6.2; 2 Rs 19.15). A presença deles sobre a arca testificava da verdade que Deus permaneceria entre o seu povo, somente enquanto houvesse provisão expiatória pelo sangue e o povo se dispusesse a cumprir os mandamentos de Deus. No átrio, a mesa... o pão da proposição. O pão colocado sobre essa mesa representava a presença do Senhor como o sustentador de Israel na sua vida em geral (cf. Lv 24.5-9; Is 63.9). Aponta para Cristo, o Pão da Vida (16.4; Mt 26.26-29; 1 Co 10.16); O castiçal, um candelabro que continha sete lâmpadas a óleo para alumiar o Tabernáculo. As lâmpadas acesas representavam a luz de Deus, a sua presença no meio do arraial (Jr 25.10; Ap 21.22-26). Representava a presença de Deus no meio do povo. Deus mandou Moisés construir o tabernáculo, porque almejava habitar no meio dos filhos de Israel: "E me farão um santuário, e habitarei no meio deles" (Êx 25.8). No tabernáculo (Êxodo caps. 25 - 40) está a figura de Cristo: "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós" (Jo 1.14). Não somente isso, mas cada peça e utensílio do tabernáculo apontam igualmente para Cristo e sua obra salvífica (Hb 9.8-10).

3. O sacerdócio. O NT mostra a revelação Messiânica em outro personagem de Gênesis, Melquisedeque, como figura de Cristo (Gn 14.18-20). Melquisedeque (que significa rei de justiça ) era tanto rei de Salém (a Jerusalém primitiva), como sacerdote do Deus Altíssimo. Ele servia ao único Deus verdadeiro, assim como Abrão. Melquisedeque era cananeu e, portanto, como Jó, é um exemplo de um não-israelita, servo de Deus. Melquisedeque é um tipo ou figura da realeza e sacerdócio eternos de Jesus Cristo (Sl 110.4; ver Hb 7.1,3). Hebreus 7.1 apresenta-o como uma prefiguração de Jesus Cristo, que é tanto sacerdote como rei (v. 3). O sacerdócio de Cristo é ‘segundo a ordem de Melquisedeque’ (Hb 6.20), o que significa que Cristo é anterior a Abraão, a Levi e aos sacerdotes levíticos e maior que todos eles. Por ser o sacerdócio levítico imperfeito (Hb 10.4) e exercido por homens pecadores (vv. 27,28), foi substituído pelo sacerdote perfeito, o Filho de Deus. Cristo é um sacerdote perfeito porque é totalmente justo. Precisou morrer uma só vez como sacrifício pelos nossos pecados. Permanece como nosso sacerdote eterno diante de Deus no céu, e vive para sempre (vv. 24-28). Por isso, Ele pode salvar completamente e para sempre todos aqueles que por Ele se chegam a Deus (Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles.-Hb 7.25).Cristo vive no céu, na presença do Pai (8.1), intercedendo por todos os seus seguidores, individualmente, de acordo com a vontade do Pai (cf. Rm 8.33,34; 1 Tm 2.5; 1 Jo 2.1). (1) Pelo ministério da intercessão de Cristo, experimentamos o amor e a presença de Deus e achamos misericórdia e graça para sermos ajudados em qualquer tipo de necessidade (4.16), tentação (Lc 22.32), fraqueza (4.15; 5.2), pecado (1 Jo 1.9; 2.1) e provação (Rm 8.31-39). (2) A oração de Cristo como sumo sacerdote em favor do seu povo (Jo 17), bem como sua vontade de derramar o Espírito Santo sobre todos os crentes (At 2.33), nos ajudam a compreender o alcance do seu ministério de intercessão (ver Jo 17.1 nota). (3) Mediante a intercessão de Cristo, aquele que se chega a Deus (i.e., se chega continuamente a Deus, pois o particípio no grego está no tempo presente e salienta a ação contínua), pode receber graça para ser salvo "perfeitamente". A intercessão de Cristo, como nosso sumo sacerdote, é essencial para a nossa salvação. Sem ela, e sem sua graça, misericórdia e ajuda que nos são outorgadas através daquela intercessão, nos afastaríamos de Deus, voltando a ser escravos do pecado e ao domínio de Satanás, e incorrendo em justa condenação. Nossa única esperança é aproximar-nos de Deus por meio de Cristo, pela fé (1Pe 1.5). (4) Note que Cristo não permanece como advogado e intercessor dos que se recusam a confessar e abandonar o pecado e que se apartam da comunhão com Deus (cf. 1 Jo 1.5-7,9; 3.10). Sua intercessão para salvar ‘perfeitamente’ é somente para aqueles que ‘por Ele se chegam a Deus’ (7.25). Não há segurança nem garantia para quem deliberadamente peca e deixa de se chegar a Deus por Ele (10.21-31; 3.6). (5) Posto que Cristo é nosso único mediador e intercessor no céu, qualquer tentativa de ter anjos ou santos falecidos como mediadores e de oferecer orações ao Pai através deles, é tanto inútil quanto antibíblico” (Bíblia de Estudo Pentecostal, nota de roda-pé em Hb 7.25). “Eis que dias vêm, diz o SENHOR, em que farei uma aliança nova com a casa de Israel e com a casa de Judá.” (Jr 31.31-34). Esta é a única declaração explícita que se refere ao concerto novo no AT. Hb 8.8-12 reescreve esse texto revelando que essas palavras de Jeremias cumpriram-se no novo concerto instituído por Jesus Cristo em favor de todos que se arrependem de seus pecados e crêem nEle. Encontramos ainda no NT, o ensino de que as palavras de Jeremias terão pleno cumprimento somente nos últimos dias desta era, quando uma boa parte da nação de Israel se voltar ao Senhor Jesus como seu verdadeiro Messias e Salvador (Rm 11.25-27; Ez 36.24-28; Zc 12.10 13.1). Já no Antigo Testamento, a palavra profética anunciava a mudança no sistema sacerdotal (Jr 31.31-34; Hb 8.8-12) e a substituição do sacerdócio aarônico pela ordem sacerdotal de Melquisedeque (Sl 110.4; Hb 7.11,17).

SINÓPSE DO TÓPICO (2)

Israel, o Tabernáculo e o Sacerdócio são instituições proféticas que identificam o Messias nas profecias para o seu povo.

III. PROFECIAS DIRETAS ACERCA DO NASCIMENTO DE JESUS

1. A origem humana de Jesus. A Queda do homem, no Éden, tornou-se a maior tragédia da humanidade, houve uma quebra na comunhão com Deus e essa separação fez do ser humano escravo de Satanás, perdendo a posição de honra que recebera do Senhor [...] Essa desobediencia arrastou toda a raça humana ao pecado: ‘por um homem entrou o pecado no mundo’ (Rm 5.12). Assim, o gigantesco plano divino de redenção, traçado antes da fundação do mundo é colocado em prática ao anunciar a vinda da semente da mulher para esmagar a cabeça da serpente (Gn 3.15)’ - SOARES, Ezequias. O Ministério Profético na Bíblia. Rio de Janeiro, CPAD, 2010, p.166-167.Deus prometeu o Redentor, no entanto, o seu perfil foi sendo revelado por Ele, nas Escrituras, ao longo do tempo. Isaías previu o nascimento do Messias, Jesus Cristo num tempo e lugar específicos na história, e esse Filho Messiânico nasceria de modo único e maravilhoso (Is 9.6). Isaías vai além e traça o perfil ministerial que caracterizaria sua missão como o Messias: Maravilhoso - o próprio Messias em si seria uma maravilha sobrenatural; Conselheiro - o Messias seria a personificação da perfeita sabedoria e teria as palavras da vida eterna; Deus Forte - no Messias, toda a plenitude da deidade existiria em forma corpórea (Cl 2.9; Jo 1.1,14); Pai da Eternidade - Ele não somente viria a fim de revelar o Pai celestial, como também Ele mesmo agiria eternamente em favor do seu povo como um pai compassivo que ama, que guarda e que supre as necessidades dos seus filhos (Sl 103.13); Príncipe da Paz - o reino do Messias traria a paz com Deus à humanidade, mediante a libertação do pecado e da morte (11.6-9;. Rm 5.1; 8.2). Quanto à origem humana de Jesus, Ele é chamado de semente da mulher em Gn 3.15, a primeira promessa implícita do plano de Deus para a redenção do mundo. Deus promete aqui, que Cristo nasceria de uma mulher (Is 7.14), e que Ele seria ferido ao ser crucificado, porém, ressuscitaria dentre os mortos para destruir completamente a Satanás, o pecado e a morte, para salvar a humanidade (Is 53.5; Mt 1.20-23; Jo 12.31; At 26.18; Rm 5.18,19; 16.20; 1 Jo 3.8; Ap 20.10).

2. O descendente dos patriarcas de Israel. A bênção outorgada a Judá (vv. 8-12) indica que os direitos da primogenitura lhe foram concedidos, e, portanto, as bênçãos prometidas a Abraão (12.1-3). A suma dessa promessa é que todas as nações seriam abençoadas através de Judá pela semente da mulher. A Judá foi dito que seus descendentes governariam seus irmãos, até que venha Siló (Gn 49.8-10). Esta promessa foi parcialmente cumprida no fato da linhagem real de Israel ter sido a do rei Davi, um descendente de Judá. Siló provavelmente significa ‘aquele a quem pertence’ (Ez 21.27) e, em sentido pleno, refere-se ao Messias vindouro, Jesus Cristo, que veio através da tribo de Judá (Ap 5.5). Jacó profetizou que todos os povos lhe seriam sujeitos (v. 10; Ap 19.15), e que Ele traria grandes bênçãos espirituais (vv. 11,12). Os profetas disseram que o Salvador seria um descendente de Davi (Jr 23.5,6) e essa palavra também se cumpriu (Mt 22.42; Lc 1.32; Jo 7.42; Rm 1.3; Ap 22.16).

3. Nascido de uma virgem. Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel. (Is 7.14). Virgem (hb. almah), tem o significado de virgem ou mulher jovem em idade de casar. A aplicação imediata desse sinal seria a uma nubente que fora virgem até à ocasião do seu casamento. Antes do seu filho ter idade suficiente para distinguir entre o certo e o errado, os reis da Síria e de Israel seriam destruídos (v. 16). O pleno cumprimento desta profecia ocorreu quando Jesus Cristo nasceu da virgem Maria (Mt 1.23). Maria era virgem e permaneceu virgem até a ocasião do nascimento de Jesus (Mt 1.18,25). A concepção do seu Filho deu-se mediante um milagre do Espírito Santo, e não pela ação de homem algum (ver Mt 1.16,23; Lc 1.35). Essa é a doutrina cristã do nascimento virginal de Jesus. Os relatos de Mateus e Lucas concordam em declarar inequivocamente que Jesus nasceu de uma mãe virgem, sem haver o ato sexual, e que Ele foi concebido pelo Espírito Santo (v. 18; Lc 1.34,35). O Espírito Santo viria sobre ela, e o Filho seria concebido mediante uma intervenção divina milagrosa. Por causa da sua concepção milagrosa, Jesus será o Santo , ou seja: Ele não terá qualquer mácula do pecado. Essa doutrina vem sendo atacada pelos teólogos liberais. A palavra virgem é a tradução do grego parthenos, e do hebraico almah, designa uma virgem em idade de casamento, e nunca é usada no AT para qualquer outra condição da mulher, exceto a da virgindade (cf. Gn 24.43; Ct 1.3; 6.8; Is 7.14). É de toda importância o nascimento virginal de Jesus. Para que o nosso Redentor pudesse expiar os nossos pecados e assim nos salvar, Ele teria que ser numa só pessoa, tanto Deus como homem impecável (Hb 7.25,26). O nascimento virginal de Jesus satisfaz essas duas exigências. Por isso, Jesus Cristo nos é revelado como uma só Pessoa divina, com duas naturezas: divina e humana, mas impecável.

4. O local de nascimento de Jesus. Miquéias profetiza que um governante surgiria de Belém para cumprir as promessas de Deus ao seu povo (Mq 5.2). Este texto refere-se a Jesus, o Messias (Mt 2.1,3-6), cuja origem é ‘desde os dias da eternidade’ (Jo 1.1; Cl 1.17; Ap 1.8). Não obstante, Ele nasceria como ser humano, para em tudo fazer-se semelhante a nós (v. 3; ver Jo 1.14; Fp 2.7-8). Lucas estabelece meticulsamente as circunstancias históricas que envolvem o nascimento de Jesus, relacionando-as com acontecimentos do império Romano. César Augusto foi imperador de 30 a.C. até 14 d.C., este ordenou o recenciamento com o objetivo de cobrança de impostos. O chefe de cada familia viajava para a cidade onde eram mantidos os registros de seus antepassados. Belém (hb בית לחם - Beit Lehem, Casa do Pão) é uma cidade palestina localizada na parte central da Cisjordânia, com uma população de cerca de 30.000 pessoas. É a capital da província de Belém, na Autoridade Nacional Palestina, e um centro de cultura e turismo no país. Localiza-se a cerca de 10 quilômetros ao sul de Jerusalém, a uma altitude de 765 metros acima do nível do mar. Belém é o local onde nasceu Jesus de Nazaré. A cidade é habitada por uma das mais antigas comunidades cristãs do mundo, embora seu tamanho tenha se reduzido nos últimos anos, devido à emigração. A cidade também é a terra natal do rei Davi, e o local onde ele foi coroado rei de Israel. Foi saqueada pelos samaritanos em529 d.C., durante sua revolta, porém foi reconstruída pelo imperador bizantino Justiniano II. A Belém atual tem uma população majoritariamente muçulmana, porém também abriga uma das maiores comunidades de cristãos palestinos. Em Belém encontra-se ainda, a Tumba de Raquel, um importante local sagrado para o judaísmo.

SINÓPSE DO TÓPICO (3)

O perfil do nascimento do Redentor foi revelado por Deus através do desdobramento profético nas Escrituras.

IV. PROFECIAS SOBRE AS OBRAS DE JESUS

1. A visão messiânica em Moisés (vv.22,23). A predição de Moisés em Dt 18.17,18: ‘Então o SENHOR me disse: Bem falaram naquilo que disseram. Eis que lhes suscitarei um profeta do meio de seus irmãos, como tu...’, foi uma profecia a respeito de Jesus Cristo. De que maneira foi Jesus semelhante a Moisés?

- (1) Moisés foi ungido pelo Espírito (Nm 11.17); o Espírito do Senhor estava sobre Jesus na pregação do evangelho (Lc 4.18,19);

- (2) Deus usou Moisés para introduzir a antiga aliança; Jesus introduziu a nova aliança;

- (3) Moisés conduziu Israel, tirando-o do Egito para o Sinai, e estabeleceu o pacto de seu relacionamento com Deus; Cristo redimiu seu povo do pecado e da escravidão de Satanás, e estabeleceu um novo e vivo pacto com Deus, por meio do qual seu povo pudesse entrar na sua própria presença;

- (4) Moisés, nas leis do AT, referiu-se ao sacrifício de cordeiros para prover em figura a redenção; o próprio Cristo tornou-se o Cordeiro de Deus para prover salvação a todos quantos o aceitarem;

- (5) Moisés conduziu o povo à lei, mostrando-lhe a sua obrigação em cumprir seus estatutos para ter a bênção divina; Cristo chamava o povo a si mesmo e ao Espírito Santo, como a maneira de Deus cumprir a sua vontade, e dos fiéis receberem a bênção divina e a vida eterna (Stamps, Donald. Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, nota At 3.29).

2. Sua vida e ministério. O profeta Isaías anunciou que o Messias haveria de habitar em Naftali, nos confins de Zebulon (Is 9.1-4); Isaías fala de um Libertador vindouro que, um dia, guiaria o povo de Deus à alegria, à paz, à retidão e à justiça.

O NT aplica-a à Jesus Cristo, o Filho de Deus. Essa profecia revela várias verdades importantes sobre o ministério do Messias: Ministraria principalmente na Galiléia (Mt 4.13,14); Traria a luz da salvação e da esperança (Mt 4.15,16); Aumentaria o número do povo de Deus, sobretudo pela admissão dos gentios à família da fé (At 15.13-18). O profeta Zacarias predisse a sua entrada triunfal em Jerusalém, montado num jumento (Zc 9.9). Um motivo ainda maior para o regozijo é a vinda do Rei, não em esplendor, mas em humildade (Fp 2.5-8), montado sobre um jumento. A profecia de Zacarias prevê a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém (Mt 21.1-5). Ao entrar dessa maneira na cidade santa, Jesus declarou ser Ele o Messias e o Salvador, pronto a submeter-se à cruz. A palavra profética anuncia também a sua traição; seria traído por um amigo (Sl 41.9) LEVANTOU CONTRA MIM O SEU CALCANHAR. Jesus citou este versículo e o aplicou a Judas Iscariotes que, sendo um amigo de confiança, traiu o Salvador (Mt 26.14-16,20-25; Jo 13.18; Lc 22.3).

3. Seu sofrimento, morte e ressurreição (vv. 18,26). O Antigo Testamento anunciou com abundância de detalhes a paixão de Cristo, principalmente o capítulo 53 de Isaías. O Servo Sofredor é reputado como ‘ferido de Deus’ em Is 53.4, e a Lei diz “O que for pendurado no madeiro é maldito de Deus” (Dt 21.23). Quando tornou-se realidade, os espectadores pensavam que Cristo estava sofrendo somente o que merecia, mas a sua experiência de dor e angustia era por seu povo (1Pe 2.24). Cristo sofreu a maldição do pecado, aceitando a punição que os nossos pecados mereceram, provendo perdão e liberdade. Esse extremo de seu sofrimento mostra que a sua compaixão é real e não teórica. Somente aquele que tinha sido tentado de todas as maneiras possíveis, como nós, podia ser o misericordioso sumo-sacerdote (Hb 2.17,18). Em obediência e submissão completa ao Pai, o Servo Sofredor em seu julgamento e morte é comparado ao cordeiro levado ao matadouro e à ovelha muda diante de seus tosquiadores: Ele "não abriu a sua boca" (v.7), sendo morto como resultado de uma injustiça. Em At 8.32, Filipe discorre sobre esta passagem explicando-a ao eunuco etíope, levando-o a converter-se a Cristo. Ele morreu como um sacrifício propiciatório, que satisfaz o julgamento divino contra os pecadores, produzindo perdão e justificação e trazendo a reconciliação de partes que estavam alienadas entre si. A expiação realiza-se por ressarcir os danos, apagando os delitos e oferecendo satisfação pelas injustiças cometidas. A continuação do versículo (“E puseram a sua sepultura com os ímpios e com o rico, na sua morte;”) profetiza o seu sepultamento decente e honrado na tumba de José de Arimatéia, o que verdadeiramente aconteceu, fato esse ratificado pelos quatro evangelhos que citam a José de Arimatéia como quem assumiu o papel de líder no sepultamento de Jesus, mostrando, assim, a autenticidade da profecia bíblica.

SINÓPSE DO TÓPICO (4)

As profecias do Antigo Testamento anunciam com detalhes o sofrimento, a morte e a ressurreição do Senhor Jesus.

(I. CONCLUSÃO)

Jesus é o começo e o fim do Antigo Testamento. Ele é o tema central dos livros sagrados do AT. Há muito mais nas Escrituras acerca do Messias aguardado por Israel que se cumpriram plenamente na pessoa de Jesus. Neste pequeno espaço, juntamos profecias importantíssimas do Antigo Testamento, sobre o Messias, com a intenção de podermos mostrar como estas profecias se realizaram no Senhor Jesus Cristo e na Igreja do Novo Testamento. Não obstante a distancia temporal que separa a igreja de hoje das profecias do Antigo Testamento quando proferidas pelos santos profetas, em nada perderam sua atualidade. Elas nos ajudam a entendermos melhor e mais profundamente a nossa fé. Aos descrentes elas atuam como provas da existência de Deus e de Sua participação na vida das pessoas. Tudo o que estudamos na presente lição prova de maneira consistente e robusta que é impossível a alguém manipular tais circunstâncias, a fim de forçar o cumprimento das profecias bíblicas.

BIBLIOGRAFIA PESQUISADA

- Lições Bíblicas 3º Trim. Livro do Mestre, versão eletrônica, CPAD (http://www.cpad.com.br);

- Stamps, Donald. Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD;

- SOARES, Ezequias. O Ministério Profético na Bíblia. Rio de Janeiro, CPAD, 2010, p.143-162;

- Gower, Ralph, Usos e Costumes dos Tempos Bíblicos, CPAD, 2002, p.145;

- HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro. 12.ed. CPAD, 2009;

- HORTON, S. M. Teologia Sistemática. CPAD, 2009, pp.323-324.

APLICAÇÃO PESSOAL

No decurso de toda a presente era, e até à volta de Cristo, Deus enviará tempos do refrigério (i.e., o derramamento do Espírito Santo) a todos aqueles que se arrependerem e se converterem. Não obstante os turbulentos dias que atravessamos, acompanhada da apostasia da fé (2 Tm 3.1; 2 Ts 2.3), Deus ainda promete enviar um reavivamento e tempos de refrigério aos que permanecerem fiéis. Jesus é o cumprimento das promessas do AT e como tal foi pregado pelos apóstolos e pelos crentes primitivos. A presença de Cristo, a bênção espiritual, milagres e derramamento do Espírito Santo virão sobre os remanescentes que fielmente o buscarem e vencerem o mundo, a carne e o domínio de Satanás (cf. 26.18). É crendo, vivendo e anunciando esse cumprimento profético, que o crente deve perseverar até o fim. Os tempos da restauração de tudo é uma referência ao tempo da volta de Cristo para debelar a iniqüidade e estabelecer o reino de Deus na terra, livre de todo o pecado. No fim, todas as coisas cuja restauração foi prometida no AT serão restauradas (cf. Zc 12-14; Lc 1.32,33). Cristo redimirá ou renovará, a totalidade da Natureza (Rm 8.18-23) e reinará pessoalmente na terra (ver Ap 20.21). Note que não serão os seres humanos da terra, mas Cristo, com os seus exércitos celestiais, que realizará o triunfo de Deus e do seu reino (Ap 19.11 21). Moisés, nas leis do AT, referiu-se ao sacrifício de cordeiros para prover em figura a redenção; o próprio Cristo tornou-se o Cordeiro de Deus para prover salvação a todos quantos o aceitarem.

N’Ele, que me leva a refletir: ‘Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê.’ (Rm 10.4),

Francisco A Barbosa

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EXERCÍCIOS

1. De que se trata a profecia de Mt 2.23?

R. Do Messias que seria chamado o Nazareno.

2. Que figura encontramos no Tabernáculo?

R. A figura de Cristo.

3. Quem Deus mobilizou para fazer cumprir a profecia em Belém da Judéia?

R. O imperador romano César Augusto.

4. Que lugar no Antigo Testamento fala a respeito da ressurreição de Cristo?

R. Em Salmos 16.10.

5. O que Jesus é em si mesmo em relação ao Antigo Testamento?

R. É o começo e o fim do Antigo Testamento, o centro das Escrituras.

Boa aula!