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12 de julho de 2017

Jovens-Lição 3: Ativismo, fazendo tudo ao mesmo tempo (World)



LIÇÕES BÍBLICAS CPAD JOVENS
Título: Tempo para todas as coisas — Aproveitando as oportunidades que Deus nos dá
Comentarista: Reynaldo Odilo


- Lição 3 -
16 de Julho de 2017

Ativismo, fazendo tudo ao mesmo tempo

TEXTO DO DIA

SÍNTESE
“Porque assim diz o Senhor Jeová, o Santo de Israel: Em vos converterdes e em repousardes, estaria a vossa salvação; no sossego e na confiança, estaria a vossa força, mas não a quisestes” (Is 30.15).

O ativismo é uma conduta que leva as pessoas a adoecerem no físico e na mente. Para preservar a saúde física e mental, precisamos deixar de lado todo tipo de ativismo.
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AGENDA DE LEITURA
Segunda - Mc 3.9
Um barquinho sempre pronto
Terça - Mt 14.23
Despedindo a multidão
Quarta - Mt 19.13-15
Tempo para as crianças

Quinta - Ec 3.1
Há um tempo para todo propósito
Sexta - Mt 13.1-8
Tempo para semear
Sábado - Mt 8.24; At 12.6
Tempo para dormir

OBJETIVOS

    EXPLICAR o conceito de ativismo;
    APRESENTAR o episódio de Jesus na casa de Marta e Maria, ressaltando o ensino dEle a respeito do ativismo;
    EVIDENCIAR o fato de que Deus não se agrada do ativismo.


INTERAÇÃO
Estimado professor, considerando que nossos encontros são semanais, crie um grupo da sala de jovens (a classe pode criar um nome para o grupo) em uma rede social, e utilize como canal de comunicação com seus alunos durante a semana. Você pode postar imagens, mensagens e/ou textos que despertem a curiosidade deles sobre a aula do próximo domingo. Você também poderá utilizar este recurso para homenagear os aniversariantes da semana, conversar com aquele aluno que esteve ausente no domingo anterior, postar fotos de trabalhos realizados na sala, etc. Use sua criatividade e explore todo o potencial dessa ferramenta. Deus vai lhe dar estratégias para integrar socialmente sua classe de Escola Dominical e animar os alunos que, eventualmente, desfalecerem pelo caminho.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Ilustre professor, durante a aula instigue seus alunos a não faltarem à aula seguinte, pois será a conclusão da “trilogia do tempo” (preguiça, ativismo e o “optimus”), onde será abordado a respeito de como utilizar o fluxo temporal a nosso favor, nos moldes do projeto do Criador. Isso é fundamental para a qualidade da vida presente e futura! Estimule-os a meditar, durante a semana, sobre as implacáveis consequências do uso inadequado do tempo. Assim, proponha que anotem o que consideram mais importante (relação com Deus, com os pais, irmãos, namorado(a), amigos, futuro profissional, etc.) e quanto tempo investem em cada “coisa” importante nas 24h do dia. Peça para trazerem na próxima aula. Você verá, depois da entrega das análises pessoais, como quase todos precisam melhorar!

TEXTO BÍBLICO
Lucas 10.38-42.
38 E aconteceu que, indo eles de caminho, entrou numa aldeia; e certa mulher, por nome Marta, o recebeu em sua casa.
49 E tinha esta uma irmã, chamada Maria, a qual, assentando-se também aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra.
40 Marta, porém, andava distraída em muitos serviços e, aproximando-se, disse: Senhor, não

te importas que minha irmã me deixe servir só? Dize-lhe, pois, que me ajude.
41 E, respondendo Jesus, disse-lhe: Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas,
42 mas uma só é necessária; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada.
987081273

COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
Jesus era diligente, mas nunca foi um ativista. Ser diligente, aplicado, cuidadoso, é um dever do todo cristão, mas Deus nunca quis o ativismo para seu povo. Pois o ativismo causa estresse, doenças físicas e emocionais. No tempo de Jesus já havia a famigerada luta pela vida, pelo pão de cada dia, porém Ele no Sermão do Monte declarou que não devemos andar ansiosos pelas coisas deste mundo. Certa vez, Jesus estava sendo comprimido por uma multidão que estava ansiosa para ouvir a Palavra de Deus quando viu um barco e o utilizou como tribuna, distanciando-se um pouco da praia. Jesus poderia ter despedido aquela multidão de ansiosos, porém Ele quis atendê-la. A multidão deveria se acalmar, desacelerar, parar e ouvir o que Jesus tinha a dizer. Ao contrário de Jesus, os ativistas gostam de platéia ao seu redor e muitas vezes contribuem para incentivar a ansiedade nas pessoas. [Comentário: Uma música de autoria do cantor Silvio Brito, intitulada ‘Pare o mundo que eu quero descer’ (1975), parece ser atualíssima hoje, 42 depois. Nossos dias nos forçam a um ativismo extremo. São tantas atividades, que às vezes nos perdemos, como num emaranhado de linha, tentando nos encontrar em meio a tanto trabalho, que na maioria das vezes, seria desnecessário. Silvio Brito soube expressar nesta música o anseio da alma de toda uma geração, formada debaixo de uma tecnologia gritante, onde o novo não passa de segundos e o velho e obsoleto de um minuto. Não é à toa que nossa geração tem produzido uma gama de novas doenças físicas e emocionais que geram nas pessoas uma ansiedade tal, que os conduzem a uma vida vazia, onde se faz muito e se beneficia com pouco, pois todo o tempo investido tem como recompensa, apenas, um cansaço tremendo provocado por um desgaste físico e emocional.]Dito isto, vamos pensar maduramente a fé cristã?

I. ATIVISMO: UMA DISFUNÇÃO NO USO DO TEMPO

1. Definição. A sociedade moderna pode ser caracterizada, dentre outras coisas, como uma sociedade ativista. As pessoas estão trabalhando até a exaustão, em busca de bens materiais, fama, poder e riquezas. Todos querem ser ricos a qualquer custo. Não importa, para o mundo, apenas chegar ao topo, enriquecer, mas sobretudo se manter lá, e alguns estão dispostos a tudo para isso, inclusive admitem negociar os valores mais caros da moralidade e ética em prol de seus interesses escusos. Em geral, os ativistas, querem os resultados “para ontem”, ou seja, são imediatistas em extremo. Sentem-se sempre atrasados. A Bíblia, porém, adverte contra o ativismo e imediatismo: “[...] o que se apressa com seus pés peca” (Pv 19.2). [Comentário: A sociedade vive e trabalha no limite do seu esforço, querendo o resultado imediatamente (Pv 28.22), a qualquer custo, independentemente das conseqüências. Esse é o padrão de comportamento de muitos homens, porque simplesmente não encontraram um sentido para viver, por isso ficam freneticamente atrás de tudo aparente. Nosso tempo exige respostas rápidas, estamos correndo sempre atrás. Muitos se guiam pelo coração, pelas aparências, ou pelas circunstâncias. Precipita-se nas escolhas ou nas reações diante de um fato. O provérbio 19.2 nos adverte quanto a isso, não somente adverte, afirma que quem age assim, peca. Jeremias 17. E 7 diz: “Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu ... 7 Bendito o homem que confia no Senhor, e cuja confiança é o Senhor.”, maldito aquele que confia na sua força, no seu ativismo, qualquer que seja ele, já que o ativismo aniquila a confiança no Senhor.]

2. Antídoto. Está escrito: “E aconteceu que, apertando-o a multidão [...]” (Lc 5.1). A multidão exigia resultados, mas Jesus fazia as coisas da melhor maneira, sempre usando a condição mais favorável, aproveitando a solução mais inteligente dentre as possíveis, no tempo de Deus. Jesus é o antídoto para o ativismo. Precisamos aprender com Ele a ter equilíbrio no fazer para que não venhamos nos afadigar e adoecer. Talvez, você esteja cansado de tanto correr de um lado para o outro. Então, ouça o convite do Mestre: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” (Mt 11.28). [Comentário: Por causa do fardo do pecado a alma do pecador está cansada. Nossa obstinação e nosso pecado não nos dão paz, nem tranqüilidade, nem liberdade. Nossos esforços para nos fazermos valer contra Deus, nossa obra para fazer a vontade da natureza humana caída, tudo isso põe um tremendo fardo sobre o coração, a vida e a alma. Estamos pesadamente carregados, e vivemos sob esta lida e carga que é tentar viver sob nossa própria vontade e governo. A pergunta registrada em Marcos 8.36 – Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua vida? É oportuna. O que adianta todo o estresse que pressiona um indivíduo desde o nascimento até a morte, gerando um conflito interior? Interessante notarmos em Jesus, que era sempre o centro das atenções, que tinha de lidar com oponentes, com curiosos, com gente interesseira e com discípulos que não aprendiam, vejamos que o Mestre nunca estava estressado. Jesus era 100% homem! Seria natural estar naquelas situações uma ‘pilha de nervos’, mas o que vemos é justamente o contrário; Em muitas ocasiões ele demonstrou o ‘repouso da vitória’ mencionado em Isaías 30.15 “Diz o Soberano Senhor, o Santo de Israel: "No arrependimento e no descanso está a salvação de vocês, na quietude e na confiança está o seu vigor...” ]

3. Exemplos da natureza. Deus criou toda a natureza para que ela cumpra o seu papel de maneira otimizada e com equilíbrio. Com harmonia, as águas que desaparecem pela evaporação, condensam-se nas nuvens e voltam à terra no estado líquido, num ciclo incansável, para a glória de Deus. E se essa chuva derrubar uma árvore? Sem problema: a árvore morrerá, mas outra nascerá em seu lugar. Até uma gota de orvalho que escorre em uma folha sobre a relva cumpre seu trajeto sem pressa, ou mesmo a metamorfose de uma lagarta. Todos fluem tranquilamente na dependência do tempo de Deus (Ec 3.1-8). [Comentário: Na natureza não se vê ativismo porque esta segue seu curso natural, para o qual foi criada, mesmo depois da queda e subseqüente maldição (Gn 3.17). A natureza sofre junto com a humanidade, compartilhando assim as conseqüências da queda. As Escrituras descrevem esta maldição em três maneiras: a) O sustento será obtido com fadiga v 17. b) A Terra produzirá cardos e abrolhos v 18, e c) No suor do rosto comerás v 19. Mesmo assim, a natureza segue o curso da vida com equilíbrio extraordinário, pois sabe que atingirá seus objetivos no tempo certo “A própria natureza criada aguarda, com vívido anseio, que os filhos de Deus sejam revelados... na esperança de que também a própria natureza criada será libertada do cativeiro da degeneração em que se encontra, recebendo a gloriosa liberdade outorgada aos filhos de Deus.” (Rm 8.19,21).]

Pense!
Como posso ter certeza que Deus quer que eu aja de maneira equilibrada, sem correr demais para conquistar meus objetivos?

Ponto Importante
Observando como se comporta a natureza, pode-se perceber que todo o projeto do Criador flui tranquilamente, sem estresse, e os objetivos sempre são alcançados.

II. MARTA OU MARIA

1. Chamando a atenção. Certa vez, numa visita a casa dos amigos, Maria, Marta e Lázaro, Jesus falou a uma das suas anfitriãs com veemência: “Marta, Marta” (Lc 10.41). Por que o Senhor chamou Marta com tanta determinação? É que uma das características do ativismo e da ansiedade é a dificuldade em escutar. Marta estava tão ocupada com os afazeres domésticos que não iria parar para ouvir a voz do Mestre. Às vezes, isso acontece com aqueles que querem servir ao Senhor e fazer o que é certo. O desejo e a preocupação com o trabalho são tantos que as pessoas se esquecem de desfrutar do melhor, a própria presença de Jesus. Marta, como boa anfitriã desejava oferecer o melhor para seus convidados, mas Jesus a lembra de que mais importante que correr de um lado para o outro nervosamente é ouvir a Deus. Marta não precisava fazer tudo, mas apenas o que estava ao seu alcance. [Comentário: A preocupação de Marta pode ter sido desnecessariamente esmerada. Maria sabia que ouvir Jesus era uma oportunidade extraordinária demais para dar preferência a outros tipos de preocupações. Enquanto Marta se fatigava na labuta caseira, Maria, sua irmã, assentada aos pés de Jesus, totalmente absorta, ouvia os Seus ensinos. Bebia cada uma de Suas palavras. Ela sabia que o serviço era coisa secundária. Ela não podia perder a oportunidade de prestar adoração ao Mestre e receber dele os ensinamentos. O nome de Marta é mencionado na Bíblia apenas nos Evangelhos de Lucas e João (Lc 10.38-41; Jo 11.1,5,19-39; 12.2), e se origina de uma raiz aramaica que significando algo como “dona” ou “senhora”. Ela é a única pessoa com esse nome em toda a Bíblia. Marta parece sentir prazer em exercer o dom da hospitalidade e gozar as prerrogativas de sua provável posição de irmã mais velha. A irritação de Marta com a sua irmã levou-a a um confronto com Jesus, pois, na verdade, ela o responsabilizava pelo fato de Maria não a ajudar nas tarefas da casa. Amorosamente Jesus afirma a Marta - e a nós também, que reavaliasse(mos) suas(nossas) prioridades, colocando em primeiro lugar os valores eternos e não as necessidades mais imediatas. Note que Jesus não censurou Marta por seu cuidado hospitaleiro. Importante lembrar que hoje, vivemos atarefados – e isto não é errado, a fim de garantirmos uma vida digna, o problema está com o tempo que temos disponível, gastando-o naquilo que não edifica, naquilo que não convém. Precisamos reavaliar nossas prioridades, escolhendo a melhor parte.]

2. Uma descrição do ativismo. A segunda observação de Jesus em relação a Marta foi o fato de que ela estava ansiosa e fadigada. Marta achava que dispunha de pouco tempo para fazer muita coisa e, por isso, precisava da ajuda de Maria, mas Deus deu para ela o tempo na medida certa. Entretanto Jesus prometeu que todos aqueles que fossem a Ele receberiam alívio para as cargas e fardos deste mundo, experimentando paz e descanso para a alma, pois o seu jugo é suave e o seu fardo leve (Mt 11.28-30). Marta precisava aprender mais com Jesus, mas para isso precisava deixar o ativismo de lado. [Comentário: Ponha-se no lugar de Marta, como anfitriã de Jesus, seus discípulos e grande comitiva que sempre o acompanhava, certamente faria o mesmo, exerceria seu dom da hospitalidade, afinal, era o Senhor que estava em sua casa! “Respondeu-lhe o Senhor: Marta, Marta, estás ansiosa e perturbada com muitas coisas”... Não é interessante Jesus reparar no ativismo de Marta? Lendo o texto, percebemos que Jesus foi amoroso, porém, firme, ao dizer a Marta que ela estava ansiosa e preocupada com tantas coisas, enquanto uma só era necessária. Acredito que somente ao ouvir essa advertência do Mestre, ela tenha caído em si e percebido como realmente estava a sua vida diante do seu Senhor. Marta estava tão preocupada com os afazeres domésticos que se esqueceu da melhor parte: de ouvir a voz e os ensinamentos do seu Mestre.]

3. A exigência de Deus. Jesus ensina a Marta que lhe bastava apenas uma coisa: estar aos seus pés. Marta estava em busca de resultados, mas Jesus queria apenas a sua companhia. Assim acontece nos dias atuais, vemos em algumas igrejas líderes e liderados que buscam freneticamente resultados, cumprir metas, ficar bem na “fotografia social” e familiar. No entanto, o Senhor deseja que venhamos somente anelar pela sua presença, como fez Maria. Jesus declara que isso não lhe seria tirado, pois ela escolheu a única atividade, naquele momento, que importava para Deus. [Comentário: A verdadeira preocupação de Marta era ser uma boa anfitriã e receber bem a Jesus e comitiva. A preocupação de Maria era ser uma discípula perfeita, como se defere do versículo 39 – ‘ouvia a sua palavra’. Importante ressaltar que Jesus não nega as atividades hospitaleiras de Marta, mas está preocupado com a distração, preocupação e fadiga dela em muitas coisas, o que faz com que ela subestime a única coisa necessária, ouvir a palavra de Jesus. Estas duas irmãs, Marta e Maria, pode-se dizer que representam dois tipos diferentes de crentes, duas tendências opostas, ou duas maneiras de seguir a Jesus, que ainda hoje vemos nas nossas igrejas. Quem é você nessa história? O bom anfitrião ou o bom discípulo?]


Pense!
Por que será que, às vezes, pessoas que conhecem a Jesus agem como se não o conhecessem e perdem o equilíbrio, como Marta?

Ponto Importante
Muitos ao serem pressionados pelas obrigações do cotidiano, perdem o equilíbrio e, mesmo perto de Jesus, agem desnaturadamente.

III. TEMPO PARA TUDO

1. Deus não é ativista. O Todo-Poderoso poderia criar o mundo num só instante, mas preferiu gastar seis dias. Por quê? Porque Ele não é ativista. Esse traço do caráter de Deus pode ser visto, também, na maneira como Ele conduz seu rebanho “mansamente às águas tranquilas” (Sl 23.2). Ele não é apressado! No que tange à salvação do homem, Deus sempre teve urgência, mas aguardou a chegada do tempo adequado para tudo. Por que, então, há discípulos que querem tudo imediatamente? Jesus poderia, sozinho, ter anunciado o Evangelho a todo o mundo, mas preferiu, a princípio, treinar doze homens por três anos para ensinarem outros. Treinamento requer tempo, preparo, mas muitos não querem mais esperar e se preparar até chegar o tempo de Deus em suas vidas. [Comentário: Interessante esta aplicação ao Todo-Poderoso: ‘Deus não é ativista’; nem poderia ser, o Eterno não está sujeito aos ditames do tempo. Eclesiastes 3.1 diz: “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu”. Tempo só existe do lado de cá! Na versão grega aparece as palavras χρόνος e καιρὸς, e o versículo fica assim:“Tudo tem o seu Chronos determinado, e há um Kairós para todo propósito”. Existe um tempo cronológico dentro do qual vivemos, e dentro dele um momento oportuno para que se cumpram os propósitos. Por eternidade de Deus compreendemos sua infinidade em relação ao tempo; Deus é Eterno (Sl 90.2; 102.12,24-27; Sl 93.2; Ap 1.8; Dt 33.27; Hb 1.12). A eternidade de Deus não significa apenas duração prolongada, para frente e para traz, mas sim que Deus transcende a todas as limitações temporais (2Pe 3.8) existentes em sucessões de tempo. Deus preenche o tempo. Nossa vida se divide em passado, presente e futuro. mas não há essa divisão na vida de Deus. Ele é o Eterno EU SOU. Deus é elevado acima de todos os limites temporais e de toda a sucessão de momentos, e tem a totalidade de sua existência num único presente indivisível (Is 57.15). Assim, é inviável aplicar à Deus o ‘não ativismo’. Deus poderia ter feito o mundo em um attossegundo (Attossegundo é a menor fração de tempo conhecida) se quisesse; Ele é onipotente! (Sl 91.1; Ez 1.24).]

2. Os jovens ativistas. Os discípulos de Jesus eram jovens. Talvez tivessem não mais que trinta anos quando foram chamados e certamente eles abrigavam em seus corações sonhos pessoais, mas abandonaram suas profissões e seus ideais para serem treinados e poderem realizar a obra de Deus. Os discípulos escolhidos por Jesus não eram perfeitos e em certos momentos, queriam que tudo acontecesse imediatamente, a qualquer custo, independentemente das consequências. Isso é ativismo. João e Tiago, por exemplo, queriam que caísse fogo do céu para queimar os samaritanos por não receberem Jesus (Lc 9.51-54). Os discípulos sugeriram ao Senhor mandar a multidão faminta embora (Mc 6.35,36). Eles tentaram impedir as crianças de estarem com Jesus (Mt 19.13). Eles rogaram que Jesus despedisse uma mulher cananeia que estava gritando por ajuda (Mt 15.23) e também que um cego (Lc 18.39) chegasse perto de Jesus. Por que eles tiveram tal atitude? Certamente, havia compromissos inadiáveis na agenda, mas Jesus sempre os repreendia e investia seu tempo no trato dos necessitados. Conta-se que, após a morte do famoso pregador americano Charles Finney, encontraram em sua Bíblia, ao lado do Salmo 37.23 que diz que “os passos de um homem bom são confirmados pelo Senhor, e ele deleita-se no seu caminho”, a seguinte anotação: “e as paradas também”. Antes de ascender aos céus, Jesus deixou uma instrução contra o ativismo aos discípulos: “[...] ficai, porém na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder” (Lc 24.49). Eles deveriam esperar o tempo necessário até que o revestimento de poder viesse. [Comentário: Ativismo = intenso serviço; Pessoa que trabalha de modo ativo por uma causa. Segundo o Dicionário online da Língua Portuguesa Priberam, é a “atitude moral que insiste mais nas necessidades da vida e da ação que nos princípios teóricos” "ativismo", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://www.priberam.pt/dlpo/ativismo [consultado em 12-07-2017]. Consegue enxergar ativismo em qualquer cena descrita acima? Assim, vamos falar sobre um tipo de ativismo religioso, que é algo que nos distancia do que é primordial, dando-nos uma impressão de que o que se faz é o bastante: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas” (Mt 23.23). Certamente, se não você mesmo, tem alguém que exerce um ativismo exacerbado nos trabalhos da igreja, muitas vezes à custa do sofrimento da família e do trabalho. Há uma confusão, crentes acreditando que as muitas atividades realizadas na igreja se confundem com seu relacionamento com Deus - “quanto mais cargos ocupar, quanto mais obras desempenhar, mais espiritual serei, mais perto do Senhor estarei...” Mas, será que estou certo em pensar que espiritualidade implica em ativismo religioso? Assunto para o próximo sub-tópico.]

3. O barquinho ministerial. Deus, às vezes, deseja que seus servos “reduzam a marcha e puxem o freio de mão”. Afinal, o Senhor é o dono do tempo. Ele está no controle. Por isso, tem hora que o melhor a fazer é se calar, parar e repousar. Jesus, por exemplo, mandou que os discípulos deixassem sempre à disposição dEle um barquinho (Mc 3.9), para poder partir rapidamente, quando a multidão estivesse a comprimi-lo. Quantos não estão sendo comprimidos, e oprimidos pelo excesso de trabalho? A multidão queria sempre mais, porém Jesus sabia a hora certa de sair de cena. No início do seu ministério, Jesus alertou os discípulos dizendo: “Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celeste as alimenta [...]” (Mt 6.26). O Deus que cuida das aves e dos lírios tem cuidado de nós, por isso não precisamos viver ansiosos por coisa alguma. [Comentário: A Igreja Local é algo interessante. Nela podemos observar aqueles que não se envolvem em nenhuma atividade da igreja, frequentam as reuniões de forma esparsa, não estão disposto a se embrenhar em nenhum projeto. Também observamos aqueles que vão à igreja apenas quando estão passando por problemas, quando estão em busca de receber alguma benção. Além destes, também existem aqueles que estão envolvidos em todas as atividades da igreja, em todos os departamentos, são extremamente atuantes, porém muitas vezes tem colocado o serviço acima de Deus, estes são os chamados “ativistas religiosos”. A vontade de Deus, é que façamos tudo pra glorificar a Cristo. Ele é o principal, Ele é o foco, nada pode estar acima Dele, nem mesmo o serviço cristão! Como afirma John Blanchard: “A adoração vem antes do serviço, e o Rei, antes dos negócios do Rei BLANCHARD, John. E-book. Pérolas para a Vida. São Paulo: Vida nova, 1993, p. 05. “Jesus ensina que se queremos agradar a Deus, não devemos estar preocupados em agradar aos homens. Isto porque nem sempre agradar a Deus significa agradar as pessoas que estão à nossa volta. A preocupação dos religiosos daquele tempo, a quem Jesus chama de hipócritas (cuja palavra significa ator), era que as pessoas os reconhecessem como devotos. Tanto no dar esmolas como na oração ou no jejum, a maior preocupação deles era: “o que os outros vão pensar?” Por isso gostavam de “trombetear” sempre que ajudavam outras pessoas. Quando se dirigiam ao templo para orar queriam mostrar que eram tão espirituais que não conseguiam esperar chegar ao templo, então se colocavam em locais estratégicos onde pudessem ser vistos por todos e começavam orar em voz alta. Aqueles que jejuavam procuravam demonstrar um semblante de fraqueza. Sequer penteavam os cabelos para que assim os outros percebessem que estavam jejuando. Jesus ensina que essa não deve ser a verdadeira preocupação do cristão. No verso 1 deixa isto bem claro: “Não pratiquem as vossas boas obras diante dos homens para serdes vistos por eles.” Isto é algo com o que devemos ter muito cuidado. Se queremos agradar a Deus não devemos estar preocupados em agradar aos homens. Ele mesmo deu o exemplo disto em João 5:41: “Eu não aceito glória dos homens...http://vregia.blogspot.com.br/2008/05/cristianismo-ou-ativismo.html.]

Pense!
Por que razão o Senhor Jesus pediu aos discípulos que sempre tivesse um barco pronto por perto?

Ponto Importante
Jesus amava e procurou ajudar a todos, mas Ele não permitiu que as multidões o oprimissem com suas necessidades. Ele sabia a hora de se afastar e se achegar às pessoas.

CONCLUSÃO
Atribui-se ao ex-presidente americano Abraham Lincoln a seguinte frase: “Se eu tivesse oito horas para derrubar uma árvore, passaria seis afiando meu machado”. Fugir do ativismo é ter tempo para “amolar o machado”. E “amolar o machado” é de suma importância para que surjam excelentes resultados, mas sem estresse ou dores. O Senhor deseja que venhamos realizar a sua obra, mas sem ativismo. [Comentário: O que Deus espera de nós é que estejamos investindo nossa vida, nosso tempo, nossos dons e tudo o mais que Ele nos tem concedido, não somente em produzir frutos, mas também em aprofundar as nossas raízes Nele (amolar o nosso machado). Isto vem através da oração, do estudo da Bíblia, de uma vida íntegra em busca da santificação. Sem dúvida isto não é algo que os outros vão apreciar ou fará com que sejamos reconhecidos, mas com certeza, os frutos que produzirmos a partir daí serão de boa qualidade, duradouros e reconhecidos como aqueles produzidos pelo próprio Deus em nós e através de nós. O próprio Jesus nos afirma isto no Evangelho de João 15.5: “Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto”.] Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória. Ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre. Amém”. (Judas 24-25),
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Julho de 2017

HORA DA REVISÃO
1. Como você define um ativista?
Aquele que vive e trabalha no limite do seu esforço, querendo o resultado imediatamente, a qualquer custo, independentemente das consequências.
2. Qual o antídoto que Jesus demonstrou usar contra o ativismo?
Compreender o tempo e a vontade de Deus. Jesus fazia as coisas da melhor maneira, sempre usando a condição mais favorável, aproveitando a solução mais inteligente dentre as possíveis, no tempo de Deus.
3. Identifique uma das consequências do ativismo na vida do crente.
Estar sempre apressado demais para ouvir a voz de Deus.
4. Cite pelo menos uma passagem bíblica que demonstre algum dos discípulos de Jesus com pensamento ativista.
Marcos 6.35,36.
5. Jesus mantinha sempre por perto um barquinho para que, quando precisasse, pudesse se retirar e descansar. Identifique possíveis “barquinhos” que você poderia usar diariamente para fugir do ativismo.
Resposta pessoal.


SUBSÍDIOI
“A administração ao longo da vida

Martinho Lutero, segundo alguns, disse que desejava viver a sua vida como se o Senhor Jesus viesse hoje, e ainda plantaria uma macieira. Naqueles dias, as macieiras naturais levavam anos para amadurecer e dar frutos. Em outras palavras, ele desejava equilibrar o curto prazo com o longo prazo.

Acredito que cada cristão deva ter a mesma atitude. Não sabemos quando Jesus retornará nem quando morreremos. Sendo assim, devemos aproveitar ao máximo cada oportunidade. Ao mesmo tempo, devemos planejar viver 70 a 80 anos em conformidade com os parâmetros bíblicos da vida (Sl 90.10). Deus é quem decide quanto tempo viveremos. Dois de meus mentores são Oswald Chambefs e Billy Graham, provavelmente o maior evangelista do século XX. O primeiro viveu pouco mais de 40 anos, e o segundo ainda está vivo, com mais de 80 anos de idade, enquanto escrevo este livro. Ambos causaram um grande impacto ao cristianismo. O importante não é quanto tempo você vive.

É importante, em qualquer estágio da vida, ter uma perspectiva de longo prazo do conjunto da vida. Provavelmente você tomará decisões mais sábias e usará melhor seu tempo, em cada etapa, quando aprender a contar seus dias” (ADEI, Stephen. Seja o Líder que Sua Família Precisa. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2010, pp.73,74).

Fonte: O texto das Lições Bíblicas Jovens, 3° trimestre de 2017 – CPAD foi copiado do site Estudantes da Bíblia, disponível em: http://estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2017/lbj-2017-03-03.htm